Dias 16 e 17

Dia 16, as únicas coisas relevantes do dia foram: eu não tive a segunda aula e recebi meu cartão de crédito! UHUHUHUUHHUHUHU Gastar tudooo, torrar tudo na 25!!!!!...........NOT! Isso só se eu quiser morrer de fome e nunca mais ir pra PUC. HAHAHAHA...

O custo de vida é alto aqui. Gasto muito com transporte: a passagem de metrô é R$2,65 e a de ônibus R$2,70. Multiplica cada um por dois e soma. Isso é o que eu gasto por dia em transporte (isso vai reduzir metade quando eu conseguir a carteirinha de estudante). A única besteirinha fora do quadrado que eu comprei por aqui foi meu pacote de Post It. E só. Ah, e Tridents, que eu acho o máximo custar só R$0,90 centavos aqui. IAEHIHIHEAAEHIEHAEIUEA

Dia 17 foi um dia muito agitado. A primeira aula é de iniciação ao jornalismo com o professor Sérgio, que é todo putão assim. Eu adoro a aula dele! Ele dá dicas de livros excelentes, nos mostra a teoria da prática do jornalismo, nos explica questões humanas que iremos nos deparar no mercado de trabalho. Aprendo muito com ele. Hoje na sala ele deu um sermão em todos, pois ninguém sabia o conteúdo da página 2 da Folha de São Paulo. Desceu o cacete em todo mundo, disse que a gente tem que se acostumar a ler coisas mais sérias e tal... Fiquei angustiada, pois eu não tenho culpa de não saber o que diabos tem na folha 2 da Folha (até dava pra saber no Piauí, mas nunca fui atrás por reduzir minha vida ao meu estado, o que foi um erro)! Mas prometo prometo prometo que ainda vou saber onde fica cada setor desse bendito jornal. Até porque meu objetivo é escrever nele (e não me digam que é sonhar demais!) e tudo mais. Ele disse que, de uma turma de mais ou menos 50 alunos que se formam, somente uns 4, no máximo, vão trabalhar. É um número absurdamente mínimo, mas que é a realidade. Ainda que na PUC, uma das melhores do Brasil. Nossa, pensei por 3 segundos se eu estava na profissão certa, que dava tempo de desistir. Após essa fração de tempo, eu caí em mim que era realmente o que eu queria, pois eu tenho o que o cara disse que todo jornalista tem que ter: tesão pela profissão! É ISSO o que eu quero pra MIM!

Até que em uma hora do sermão, eu pedi permissão pra falar que era do Piauí e que nós, do nordeste, somos ensinados a saber de tudo, de nos informar sobre tudo o que acontece no Brasil, enquanto os "sulistas" se reduziam às grandes metrópoles do sudeste e sul. Aí o professor perguntou se eu era de PIRIPIRI ahahahaha Ele tem um amigo lá! Aí conversamos um pouco sobre o Piauí. Adoro quando isso acontece, por isso sempre dou um jeito de saberem a minha origem. São engraçadas as reações de alguns. Mas principalmente, quero divulgar meu estado e a mim mesma (algo super importante no mundo jornalístico).

Saí da aula, fui dar uma volta... E no intervalo o meu amigo que estuda comigo me deu uma camisa do Flamengo! Não daquelas de jogo, mas uma da Betty Boop flamenguista ahahah! Tinha comentado na sala que era flamenguista e que ia comprar uma camisa pra mim. Aí um amigo dele trabalha com isso e ele pediu uma e me deu! Adoreiii!!! Quando o meu Mengão ganhar, vou usar pra esfregar na cara desses paulistas que odeiam times cariocas. ¬¬ Depois, aula de novo. É do professor que é cearense! É, daqueles meio característicos: cabeça chata... hahahaha Mas eu não tinha percebido o sotaque dele! Acho que por ser familiar.... Enfim! Levei mel pra dar pra um colega meu que me fez um favor e acabou que o saquinho rodou a sala inteira! "Olha, é mel do PIAUÍ, a gente EXPORTA isso!" Todo mundo gostou... hehehe 

Saí de lá e fui com o César (o mesmo amigo que me deu a camisa) pro Hospital Santa Casa, porque ele tava com suspeita de conjuntivite. Ele não queria ir só e, para retribuir a gentileza, fui. Nossa, caminhei horrores até chegar lá (quem tiver curiosidade, procura no Google Maps o destino da PUC Perdizes até a Santa Casa). Na Santa Casa, a fachada é bem bonita, mas o interior é bem cara de setor público de saúde. Cheio de médicos novinhos (possivelmente residentes) e atendentes com a famosa cara de c*. Ô povinho pra ser abusado! Grrrr! Uma mulher no elevador fechou essa bosta NA MINHA CARA na hora que eu taaaaava entrando! Só deu tempo de tirar o nariz! ¬¬ Gritei "MAL EDUCADA!" e todo mundo virou pra mim. O povo aqui engole muito sapo dessas serventes públicas imbecis. Eu não engulo não.

Acabei ficando com muita raiva e subimos para o terceiro andar, que era a parte oftalmológica. Entrou na fila pra deixar o nome no formulário pra chamarem. Esperamos até que pouco, uns 15 minutos. Fomos para uma salinha. Nessa sala, demoramos uns 10 minutos. Nesse intervalo de tempo, achei um álcool líquido e quase tomo um banho com ele, morrendo de medo de pegar doença ahahahah! O César foi chamado. O médico que atendeu era bem bonito, mas como aqui quem vê cara, não vê coração (acho que em lugar nenhum, né), foi dito e feito: o cara era um pé no saco, parecia um veterinário, porque eles tratam meio que como cachorro. Eu não tô acostumada com isso. Fiquei olhando a cena... A Santa Casa não tem a melhor estrutura, mas os médicos são foda. O cara olhou o olho dele e disse que ele não tinha conjuntivite: tinha um "cavalo de ferro", pelo menos foi o que a gente entendeu. Resumindo e traduzindo: um cisco, mas não aqueles "orgânicos" que o corpo absorve. Ele tirou com uma agulha, algo assim. Só sei que me deu uma angústia.... Morro de medo! Fomos embora.

(Detalhe, quando a gente tava entrando na sala, saiu um menino todo ensanguentado com um pano no olho.... CARAMBA! Ele deve ter perdido o olho, coitado! :S Fiquei super tensa, com o coração acelerado. Naquele hospital era muita gente sofrida, muitos deficientes, muitos cortes profundos... E olha que não vi nem a metade. A realidade bateu na minha cara do nada. Foi duro. Como a minha vida é boa.... Como meus problemas são ridículos... Como tem gente indigna nesse Brasil. E alguns deles estavam ali, na minha frente, e eu não podia fazer absolutamente NADA (por enquanto). Fiquei angustiada a tarde inteira pensando nisso. Como tinha gente sem informação! Havia uma mulher botando uma toalha no rosto e de repente, vejo ela se escorando na parede com a toalha em contato com aquela superfície suja. CARAMBA! Me deu um aperto.... Me arrependi tanto de não ter levado minha câmera....Grrrr! Vocês precisam ver a realidade por aqui. É pesada.)

Almocei perto da SC porque já eram 14:30h e o restaurante perto de casa fecha às 15h. Comi feijoada, que é a tradição daqui: quartas e sábado, todos os restaurantes têm feijoada. Tava gostosinha, mas a farofa.... Branca e meio sem gosto, ainda que levasse bacon. Saudades da comidinha de casa.....

Voltei morta de cansada pra casa, de metrô. Pensativa e escutando o César falar... Ele é o cara guerreiro que eu disse pra vocês: sempre estudou em escola pública e é super inteligente, esforçado, tem boas ideias e escrita. Gosto de estar perto dele que me dá uma dose diária de realidade, de força de vontade para batalhar pelo o que eu quero. Ele me faz ver que eu não tenho o direito de reclamar da minha vida, que graças a Deus é maravilhosa! E ele é super divertido. E a mãe dele era piauiense, de uma cidade do sul que eu não lembro o nome.

Cheguei em casa, internet. Fui desabafar pra conseguir ficar bem comigo mesma, pra passar a revolta. Foi um dia dark. Mas muito engrandecedor.

Preciso ir, dormir cedo. Desculpa pela ausência de fotos e pelos erros de português que às vezes cometo aqui. Escrevo na correria, nem reviso. Prometo tentar não ser assim na minha futura profissão! HIUAEHAEIAEHIAEIH

Ah, Ilana! Amei o comentário.... Também morro de saudade da rotina da escola, com vocês do meu lado me fazendo rir (até a Carol, com as piadas dela.... kkkkkkk)! Pena que isso só ocorreu mais no terceiro ano... Mas vocês foram a melhor parte dessa mudança. Nunca vou esquecer vocês! E a amizade continua!!! Quando eu for pra Teresina, quero ver vocês!! Vamos marcar de fazer algo, nééééé??? SAUDADES!!

Ah, por favor, gente! Respondam minha pesquisa... Só o Dayrton respondeu!!! Valeu primo!!!

Beijos beijossss!!!