sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um brinde à vida adulta!


Casa dos 20. Achei que nunca ia chegar e de repente sou surpreendida pela vida adulta. Sempre fui muito precoce, sempre achei que sabia mais que as meninas bobas da minha idade. Aí chega eu, em São Paulo, com todo o conhecimento de uma "metrópole" como Teresina e me deparo com São Paulo. Tudo reluz uma luz cinza, com uma névoa na frente. Tudo fica turvo, nada me vem à cabeça. Eu tinha apenas 18. Ceguei.
Me desesperei. Passou, e a cidade começou a ficar colorida. Tudo era novo, tudo era lindo e perigosamente interessante. Tudo à mão, ainda que o esforço para pegar qualquer coisa simples era maior que qualquer outro já feito. Para pegar o que se quer, a outra mão tem que abrir, soltar o que se tem apego para agarrar o desejo com as duas mãos. Cravar as unhas, os dentes, a alma.
Vim entender realmente o que é isso nesse ano. Marcou totalmente minha passagem para a vida adulta. Que ano difícil! Tive que abrir mão das coisas que eu julgava mais importante para aprender na dor. Ao contrário do ano passado, São Paulo mostrou seu lado sombrio atrás do arco-íris belíssimo de quando eu cheguei. Os ataques vinham de todos os lugares, inclusive dos mais improváveis. Amigos, estranhos, família e, pior, de mim mesma. Eu me sabotei esse ano. Mas acho que era só eu sendo cruel com a adolescência que estava se despedindo de mim.
Cada dia vejo a mulher que me tornei. Tenho me treinado bem para suportar os pesos desta nova fase. Continuam pesados, claro, mas estou mais esperta e procurado estar atenta para os próximos passos. Se depender de mim, o ano que vem vai ser mais doce, leve, útil, afável.
Tenho que arcar com as consequências dos meus pedidos. Eu pedi para estar aqui. Está sendo tudo tão bom, com um sabor diferente de vida. Às vezes amargo, às vezes doce. O ponto é a gente que dá.
Resumindo esse ano em uma palavra, "aprendizado" é a que melhor se encaixa. Mais que aulas da faculdade, tenho tido aulas na vida. Os professores são chatos, os colegas muitas vezes são terríveis, mas o resultado, como sempre, depende de mim, não é mesmo?
Essa sou eu, Teresa Raquel Bastos, leonina, estudante de jornalismo, estagiária de comunicação da SPTuris, piauiense persistente, corajosa e cabeça dura, mas com um bom coração. E um brinde com um doce sabor de crescimento! Cheers!


P.s.: essa foto achei no meu arquivo de fotos de 2007, que considero o melhor da minha vida. Tanto na época, quanto hoje, não fumo. A foto foi de uma tarde com amigos no Iate... o cigarro era de um de nossos amigos.