quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma em onze milhões, trinta e sete mil, quinhentos e noventa e três habitantes

Hoje, exatamente hoje, faz um ano que eu moro aqui. Lembro como se eu tivesse acabado de chegar em São Paulo. A vontade de ficar e o medo enorme de sair da saia da mamãe. Meu medo mesmo era não ter ela por perto pra me socorrer nos momentos de confusão. Meu medo mesmo era arrumar briga por essas bandas se alguém viesse com "xenofobia" e outras escrotices pra cima de mim e eu acabasse presa. O que não aconteceu, né? Tô aqui gozando a liberdade hahahaha
Lembro também do calor desgraçado e de pegar o metrô pra ir na PUC. Como seria a faculdade? Cheia de gente louca, fumando maconha e fazendo pulseirinhas hippongas na rampa do prédio novo. Mamãe disse: "você não vai ficar aqui não!" hahahahaha até eu fiquei tensa ao ver aquele povo, mas seguimos em frente. Voltei de mãos abanando pra casa porque o processo seletivo definitivo pra ingressar na Pontifícia só ia acontecer uma semana depois. Fico ou não fico?
Voltei pra casa revoltada com tanta gente mal educada, com tanta dificuldade que as pessoas colocam aqui. Lembro que chorei horrores por saudade, por deixar minha vidinha boa em Teresina. Mamãe, puxando a sardinha pro lado dela, disse que se eu quisesse voltar não tinha problema, que a gente voltava e pronto. Engoli o choro e disse que queria ficar, mas que eu ia ter que ter paciência.
No começo, lá no Piauí, eu achava que ia ser tudo bem mais fácil, bem Piauí way of life mesmo. No mesmo dia deu o estalo pra realidade e vi que tudo ia mudar, como de fato aconteceu.
Nesse primeiro ano como paulistana, aprendi muito (como esperado), coisas pra vida mesmo, coisas que em Teresina eu possivelmente não aprenderia. A vida até que foi boa comigo e facilitou bastante a adaptação. Nunca me faltou nada, nunca tive reais desesperos, apenas meus dramas sobre a difícil convivência com meus novos conterrâneos. Sou uma pessoa abençoada!
No começo e no meio da minha estadia aqui, minha cabeça estava em Teresina. Até que os caminhos que a vida toma me alertaram pra eu viver o AGORA e o lugar que eu estou. Isso me abriu tantos horizontes... tudo fico ainda melhor! São Paulo é maravilhosa, mesmo com os milhões de defeitos! Adoro morar aqui, mesmo morrendo de saudade de onde minhas raízes estão. A falta que a família faz me dói todos os dias, mas são sacrifícios que estou fazendo valer. Mas minha cidade agora é São Paulo, e isso significa muito mais do que uma location no Twitter ou no Facebook: significa minha cabeça e meu coração aqui, onde aos poucos minhas novas raízes vão tentando se infiltrar no concreto.
Não quero ser paulistana, quero ser a piauiense que aproveita a vida loucamente em Sampalouca! Nunca me adaptarei totalmente, e nem quero, pois espero sempre viver como turista por aqui, por mais anos que eu esteja por essas bandas.


Obrigada, São Paulo! Por o de tudo muito que tens para me oferecer. :)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Todo carnaval tem seu fim

Eu sei, o carnaval nem sequer chegou. Mas o meu carnaval fora de época tá acabando. Essas minhas férias foram bem legais, melhores que a passada. Revi boa parte dos meus amigos queridos, saí bastante, comi bastante (engordei 5kg), fui feliz com a família unida... A parte ruim foi que meu tio-avô morreu e foi muito triste. Não só porque um parente morreu, pois há parentes distantes que a gente nem sente tanto. Mas foi um parente meu que eu sempre gostei, que fez parte da minha vida, ainda que a gente não se visse constantemente. O importante é que vivemos momentos felizes enquanto ele estava conosco, né?

Mas mesmo com situações assim, tento tirar coisas boas. A minha família toda, que é enorme, se reuniu. A Raulinada se fez presente, e deu pra matar a saudade deles. A outras coisa boa é que quando isso acontece, a pessoa cresce bastante. A gente acaba dando mais valor à família e amigos, aos momentos juntos. E também procurei absorver essa ideia de morte, já que na minha família próxima mesmo, ninguém morreu (Graças a Deus!!!!!), mas um dia vai acontecer e eu tenho que começar a lidar com isso. E como é difícil, hein? Como a gente acaba sendo egoísta, querendo prolongar a dor do ente só para tê-los por perto. Não que eu tenha gostado que o tio Véi Chico tenha morrido, mas a vida dele tava muito sofrida: por decorrência da diabetes, tinha amputado uma perna e já ia amputar a outra. Imagina como um ser humano fica ao passar por tudo isso?  Deus escreve certo por linhas certas. Espero que Ele dê conforto à nossa família.

Mudando de tema, as férias foram legais porque saí bastante! Aniversários, baladinhas, festa de vestibular, jantares com a família, formaturas, barzinho, Dogão, rugby, corridinhas.... tanta coisa legal! As festas daqui continuam bem legais com a companhia das pessoas que eu morro de saudade! A única coisa ruim foi que não viajei, não fui à praia, nem visitar meus avós no interior do Maranhão. Mas deixa, agora vou à praia com mais frequência, né, meu bem??? HAHAHAHAH! Gastei muito tempo indo a médico. E carambaaaa, a gente vai envelhecendo e vai ficando cheio de doenças! Argh! Quero minha infância de voltaaaaaaa!

Então, quero dizer obrigada a todos que fizeram parte do meu carnaval. Em breve tô de volta a Terehell! Aí sairemos mais vezes, mas não pra comer, pelamordeDeus! Não quero mais engordar!!!! HAHAHAHA


Como sempre, meu coração fica dividido entre São Paulo e Piauí.... Quando tô aqui, tenho saudade de SP, com suas festas, Schweppes, comidas diferentes, vida cultural... Quando estou em SP, morro de saudade da família, dos amigos, dos barzinhos, do calor, do meu quarto, do Dogão, da praça depois da festa, de dirigir... Awn! Nem tudo é perfeito.

Mas agora, correria pros últimos dias...! Logo logo, Sampa, here I go! Saudades de você, sua loooooooooouca!

Beijos beijos