quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quentura monstra


Hoje fez mais de 36°C em Sampa, inclusive sendo a quarta maior temperatura registrada na capital. Acabei de tomar um banho gelado (coisa que não faço desde o tempo do bumba) e parei pra pensar sobre o principal assunto da cidade: o tempo.

É fato que aqui quando está frio, queremos calor, e vice-versa. Nessas horas me sinto paulistana, ainda que eu prefira a quentura por estar um pouco mais acostumada/adaptada. Para quem nunca veio por aqui, esta metrópole doida muitas vezes vivencia em um só dia as quatro estações. Imprevisível! E, por mais que isso seja algo corriqueiro, temperaturas "extremas" como a de hoje deixam todos em pânico e xingando muito no Twitter.

Me veio à mente agora que essas mudanças repentinas e trolladeiras de tempo sejam apenas São Paulo (o santo), querendo agradar a todos os insatisfeitos aqui. Imaginem só a situação do cara: metade da população de 11 milhões quer sol, e a outra metade quer chuva. Muito mais fácil ele mandar um Whatsapp pra São Pedro, colegage dele de céu, e combinar essas alterações malucas por aqui pra que todos se calem e parem de usar seu nome em vão. Isso que dá ter nome de santo: qualquer reclamação vira prece!

Acho engraçado que eu sou sempre frescada porque Teresina é referência certa quando falamos no assunto. "Quase sanegalês!", disse essa semana meu colega de trabalho Daniel. Mas olha, vou falar que esse calor de Sampahell é pior que o do Piauí porque pelo menos lá meu quarto e todos os lugares que vou têm ar condicionado pra refrescar, enquanto aqui eu durmo e acordo suando.

Pra provocar a reflexão de vocês, repito uma frase que soube ter sido dita por uma carioca que visitava meu estado piauiense: "Foi o lugar onde eu mais passei frio!". Concordo.


domingo, 21 de outubro de 2012

"Ah, se eu fosse homem...."

Engraçado como tem horas na vida que a gente tem que usar uma penseira tipo a do Dumbledore (olá, potterheads!) pra resolver nossas pendências pessoais. Isso me aconteceu recentemente e agora estou começando a me recuperar do baque.

Algumas situações a gente tem duas saídas igualmente ruins que devem ser colocadas numa balança imaginária. Qual vai ser menos pior? Qual vai machucar menos a gente? E olha que para uma coisa chegar a esse ponto a gente já tem empurrado com a barriga e com o coração por um bom tempo. Precisa ter um desespero muito grande pra que a gente tenha vontade de sair correndo da gente mesmo e deixar os problemas lá, sair de fininho. Precisa ter uma agonia gigante para deixar o que se ama pra ficar só e jogar fora todo o sentimento junto atrelado.

Aliás, eu queria muito ter feito isso. Saído dessa situação sem machucar ninguém, sem que houvesse qualquer tipo de dor, drama, choro, aperto no peito. Eu toparia sofrer sozinha, isolada, poupando todo mundo. Também devo frisar que estou realmente disposta a me isolar de tudo por um bom tempo. Apaguei facebook, visito cada vez menos o twitter e me agarro às coisas reais com mais força que antes. E tem sido maravilhoso.

E é engraçado o quão cruel está sendo meu coração agora. Ele está internamente brigando com meu cérebro, sofrendo e fazendo sofrer. Minha mente está em paz, com toda a sua certeza de que fez a coisa certa, ao mesmíssimo tempo que o meu peito se aperta e se contorce de dor. Porque, no fim das contas, a decisões sempre são assim: racional versus sentimento. A mente venceu dessa vez.

Isso me lembra a música da minha nova banda preferida, Ultraje a Rigor, que diz "ahh se eu fosse homem de ouvir meu coração e dar vazão não à razão, mas à vontade de mudar a situação e me arriscar, me machucar, mas mandar tudo pro ar...". Foi meio isso que eu fiz. Ouvi a razão, mas mudei a situação que eu tava, me machucando pra caramba, mas achando que fiz o melhor pra mim. Mas isso são cenas dos próximos capítulos do meu drama particular. Boa sorte pra nós!

domingo, 7 de outubro de 2012

O refúgio


Há muito tempo que não escrevo aqui. Não por falta de angústias a serem compartilhadas aqui neste blog, mas simplesmente pela falta de tempo, de saco e mais foco em solucioná-las de uma vez por todas.

Após sair do meu antigo estágio fixo, tive dois freelas legals para ocupar o tempo, sem pegar nada que fosse comprometer minhas férias. Eu precisava de TEMPO PARA MIM e principalmente dar um tempo de São Paulo. Fui chamada de louca e de esperta por essa decisão, e tenho certeza que tenho um pouco dos dois. Doida porque é uma decisão muito difícil de se tomar quando SP oferece tantas oportunidades legais de estagiar. Doida por deixar de ganhar dinheiro, conhecimento e experiência por uma simples viagem. Esperta porque eu consegui ler no fundo da minha alma o que eu realmente precisava e fiz o que pude para saciar isso. Esperta porque com isso aprendi muito mais sobre mim e sobre minhas perspectivas daqui pra frente.

Em Teresina pude curtir muito meus amigos, minha família e conhecer pessoas novas por lá. Todo dia uma folia, uma saída para falar besteira e relembrar coisas boas que deixei em terras mafrenses. São a razão da minha saudade e, logo, da minha tristeza, por isso me apeguei bastante a isso. Também curti muito a barrigona da minha cunhada, que estava grávida do meu primeiro sobrinho e eu estava saltitante e tentando (sem sucesso) ser escolhida para ser madrinha. Mas tudo bem, eu superarei...

Mas o ponto chave do meu período sabático foi a minha viagem a Barra Grande. Eu PRECISAVA de mar, de vento, de outra rotina fora da cidade e do concreto. Nada mais oportuno que ir a um lugar com internet, celular e luxos precários. Eu precisava! Fui com minha SF BFF Lorena, que foi uma ótima companhia para "touch the terror" em BG. Passamos uma semana rindo, tomando sol & caipirinhas na beira de um mar lindo. Fizemos stand up e pegamos carona nos kites. Fizemos amigos queridos, víamos as estrelas todas as noites ao som do mar e de reggae. Foi muito divertido e pude meditar sem precisar me isolar de alguém que eu adoro.

Após a semana maravilhosa, voltei para Teresina 1000kg mais leve. Mas tinha sido pouco. Precisava voltar. Na primeira oportunidade me mandei de novo para ficar mais perto daquele paraíso. Mais cinco dias, dessa vez com a família. Fiz mais novos amigos, reencontrei outros, bebi mais caipirinhas e peguei mais sol, Tudo o que eu precisava para zerar as férias.

Sinceramente, eu tive as melhores férias da minha vida e, também, um dos melhores momentos da minha existência.

Poucas oportunidades eu tive para confrontar minha realidade, o hoje, o minuto, com o meu futuro daqui cinco ou dez anos. Consegui vislumbrar os esforços que eu precisava fazer e da onde eu deveria tirar energia. Então, consegui ver o grande talismã que eu tenho dentro do meu peito. Um coração enorme recheado de pessoas importantes, legais, amáveis, queridas. Percebi minhas qualidades incríveis que adquiri com a vivência e também os defeitos que me impedem de crescer ainda mais. Consegui juntar tudo numa bola de luz que hoje habita meu corpo junto com a minha alma, e é nisso que me apego sempre que pareço ficar triste, ou tentar desistir de tudo e voltar pro lado fácil de tudo.

Por isso Barra Grande teve um papel tão incrível na minha vida, e ainda tem. Quero voltar lá sempre para recarregar a energia linda da minha bola de luz. Enquanto isso, mantenho sua força com fotos e lembranças dos dias de praia que eu tive. Agradeço a Deus por deixar meu lado louca e meu lado esperta se unirem e realizarem coisas tão perfeitas. Era exatamente disso que eu precisava. <3 font="font">