Heart in a cage

Tenho sentido falta dos humanos que eu mais gosto. Nunca escondi de ninguém que a pior parte de São Paulo são as pessoas. Tenho poucos amigos em SP (e os que eu tenho se resumem à faculdade), e nunca isso foi tão pesado como agora. O fardo tá difícil de levar. Não tenho com quem dividir. Aliás, tenho, mas não estão aqui do meu lado.

Nunca tive tanta saudade da minha família e dos meus amigos como essas últimas três semanas. Muito choro, muito mimimi, muita angústia. Nunca tive tanta vontade de sair correndo pra minha mãe e pedir colo. Nunca quis tanto correr pro ombro de alguma das minhas amigas mais queridas e vomitar tudo o que tá engasgando e tapando minha goela. Nunca quis tanto minha antiga vida de volta.

Tem uma hora sagrada na nossa vida que tudo, absolutamente tudo, vai dando errado. É briga com irmão, é facada nas costas dada pela "amiga", é saudade, é dificuldade na faculdade, é burocracia, é gente mal educada... Tudo causado pelos humanos. Por mim, pelos outros. Saudade dos cachorros, que no máximo me davam prejuízos financeiros comendo algum dos meus sapatos preferidos, mas que me compensavam com toda a devoção de um cão.

Me prometo todo dia que vou dar um jeito para essa confusão que me minha vida se tornou, mas não sou muito boa em cumprir promessas, principalmente quando prometo a mim mesma. Sempre furo comigo. Me perco em todo esse turbilhão de emoções que é viver aqui. Eu era mais segura no começo. Agora tudo piora do nada. E tenho certeza que pode piorar mais ainda se eu vacilar.

Deus sabe o esforço enorme que eu tô fazendo pra continuar aqui, com todas as dificuldades que têm aparecido. Mas eu não vou desistir! Eu vou persistir até conseguir o que eu quero, já que estou quase na metade do caminho. Nada, nem ninguém (muito menos eu) vai me impedir de terminar o que eu já comecei. E assim vou derrotando meus demônios... um por um. Tô no inferno, mas não abraço o capeta!

"O solitudo, sola beatitudo"