domingo, 11 de setembro de 2011

"Les temps sont durs pour les rêveurs"

Manter os pés no chão é uma dificuldade pra mim. Sou positiva demais, fantasio cegamente algumas coisas e as tomo como modelo. É assim com boa parte das coisas da minha vida.
Isso aconteceu com São Paulo, onde pensei que seria bem recebida, que teria muitos amigos para trocar experiências com gente tão diferente e que isso seria bom para ambos. Aconteceu com a minha faculdade, onde a minha inteligência, meu espírito de liderança e minha facilidade de me comunicar seriam bem aproveitados. Aconteceu com a liberdade que eu pensei que teria por morar longe dos pais, das cobranças de mãe que são absolutamente normais, descobrindo assim que a pior rédea é aquela que nós mesmos colocamos no nosso pescoço.
É, "são tempos difíceis para os sonhadores". Nunca estive tão perdida. Ok, faz parte de toda a mudança que é sair da adolescência, mas é uma decepção saber que não estou tirando isso de letra como eu imaginei. Eu devo ter desenvolvido uma síndrome de Peter Pan, de não querer crescer, porque olha... tá difícil. Gostava muito mais de mim aos treze do que hoje aos vinte. Era tudo tão mais fresco, mais legal, mais novo, mais dinâmico... Eu era criativa, líder esportiva da sala, sempre com algo para dizer, ativa, animada, não cansava. A idade pesa fisicamente e, pior, psicologicamente. Tem uma lacuna que não soube preencher com o melhor de mim e que hoje me faz muita falta.
Sinto falta de mim, da minha essência. Tô passando do prazo de validade.



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